JURA EM PROSA E VERSO
MAÇONARIA
O Alfabeto Maçónico
O sistema de codificação mono alfabética em tempos utilizado pela
Maçonaria e comummente conhecido como Alfabeto Maçónico (“Pig
Pen”), é geralmente atribuído ao místico e alquimista alemão Heinrich Cornelius
Agrippa de Nettelsheim, que
nasceu em 18 de Fevereiro de 1486, de uma família
nobre, próximo da cidade de Colónia, onde estudou medicina e direito,
aparentemente sem se conseguir graduar.
Em 1503, Agrippa de Nettsesheim
assumiu o nome de Cornelius Agrippa von Nettesheim, adoptando o “Von” para sugerir sua origem
nobre; três anos depois, funda uma sociedade secreta em Paris devotada à
astrologia, à magia e à cabala.
A sua carreira foi bastante diversificada, tendo sido agente secreto,
soldado, médico, orador e professor de Direito, em Colónia, Paris, Londres,
Itália, Pavia e Metz. Em 1509, decide instalar um laboratório em Dole com o objectivo de sintetizar ouro, e durante a década seguinte
viajou pela Europa, vivendo como um alquimista, e dialogando com importantes
humanistas. Em 1520, começou a praticar medicina em Genebra, e em 1524 torna-se
médico pessoal da rainha-mãe na corte do Rei Francis I em Lyon. Quando a
rainha-mãe prescindiu dele, moveu a sua pratica medica
para Antuérpia, mas foi mais tarde proibido por praticar sem licença; ressurge
posteriormente como historiador na corte de Charles V. Ao longo da sua vida,
foi preso por várias vezes por diferentes motivos como dívidas e ofensas
criminais, tendo morrido em 1535.
Em 1533, Nettelsheim publica o “De Occulta Philosophia”, em Colónia,
na Alemanha. No livro 3, capítulo 30, descreve sua codificação de substituição
mono alfabética, hoje conhecida como Codificação Pig
Pen. A tradução literal do nome da Codificação é “Porco no Chiqueiro” e deriva
do facto de que cada uma das letras (os porcos) é colocada numa “casa” (o
chiqueiro).
Este Alfabeto foi utilizado frequentemente nos Séc. XVII e XVIII, sendo
que ainda hoje alguns praticantes das Ordens Maçónicas o utilizam para se
identificarem e/ou para comunicarem, mais por tradicionalismo do que como forma
de assegurar a confidencialidade, já que a sua “chave” é do conhecimento público
e de simples utilização.