MAÇONARIA: PAZ, HARMONIA E CONCÓRDIA
José Eduardo Stamato
O que viemos aqui fazer?
A competição humana desenfreada (justificada ou não) em busca de poder,
ganhos pessoais e riqueza (sem limites), é a desfaçatez insensata e desmedida
que com a passagem do tempo, está comprometendo a Humanidade. A ambição
excessiva arruína nações, países, culturas, famílias e os seres
individualmente, provocando desarmonias e desestabilizando instituições ou
grupos. O direito “sagrado” de estar neste planeta é responsabilidade de todos,
somos seres em busca de nosso lugar no Universo.
A evolução é pessoal e coletiva enquanto grupos e nações. Estamos em
processo evolucionário e somos responsáveis (direta ou indiretamente) pela
evolução de nossos semelhantes, quer disso tenhamos consciência ou não, nos
agrade ou não. Nossa Ordem enquanto seletiva propõe que “morremos” para a vida
profana, uma morte para os desejos, paixões, vaidades, orgulho, arrogância,
prepotência, que sem consciência são alimentados ao longo do tempo.
Não “brincamos” de querer parecer homens retos e de bons costumes,
procuramos e temos oportunidade de sermos livres e trilhar um a caráter
evolutivo. Se refletirmos sobre:
·
a dinâmica de nosso trabalho: que é em sua base
sistema e ordem;
·
o ritual: um processo que procura reproduzir
o trabalho da Natureza cíclica;
·
o avental: advertindo e lembrando o trabalho
ininterrupto do maçom;
·
os toques: um reconhecimento de pessoas com as
mesmas motivações;
·
a marcha: um caminhar com determinação;
·
a bateria: que mostra entusiasmo para um
trabalho;
·
a aclamação: uma expressão de vigor e estímulo;
·
as ferramentas: simbolicamente mostradas como
utensílios úteis com significado de uso universal;
·
os cargos: que mostram uma escala hierárquica
necessária para manter o sistema e a ordem;
·
os graus: que determinam a necessidade do
esforço pessoal para atingir um estágio em que a Instituição se mantém na
confiança que depositou no Irmão;
começamos a perceber o início do processo maçônico unificador para um
mundo melhor e mais evoluído, justo e perfeito, procurando harmonizar os
contrários.
Não estamos unidos por mero acaso, fomos direcionados para a Maçonaria
por termos sido considerados limpos e puros, não escolhemos entrar para a
Ordem, fomos escolhidos, convidados e recebidos. Isso é resultado de um
comportamento social que culminou em um convite e ingresso.
O que viemos aqui fazer?
A resposta é clara
e sem evasivas, vencer minhas paixões e submeter
minha vontade. A dificuldade em controlar nossas paixões e não querer prevalecer
nossa vontade é difícil e extenuante parecendo ser uma batalha hostil e sem fim. Todo começo é difícil e trabalhoso, e diariamente estamos sempre
começando; por mais conhecimento e habilidade na execução de qualquer
atividade, estamos sempre acumulando conhecimento e experiência, não há fim. O
perigo é desistirmos e estacionarmos achando que a sabedoria já está instalada
e estarmos de posse da verdade. Não há fim, apenas começo.
Nossa personalidade formada durante a infância e adolescência submetida
a cultura familiar e escolar, da tecnologia que avança transformando e que nos
aproxima das facilidades oferecidas, pode dificultar uma reflexão mais profunda
sobre nosso papel como seres humanos em processo evolutivo. Estamos empenhados
na investigação da verdade (o que é verdade?), em entender a moral (o que
significa moral?) e praticar a virtude (como praticar sem favorecer interesses
pessoais, familiares, corporativos?). Podemos conciliar? Nossos deveres como
Maçons é assim resumido: “Respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à
família.”
Somos tolerantes, primamos pela liberdade de consciência, não somos
submissos nem reproduzimos opiniões sem reflexão interior ou vergada por
interesses pessoais, que podem culminar em desagregação da Instituição. Temos
que nos vigiar constantemente, pois, o egoísmo, a inveja e o próprio interesse
separam os homens, que acabam isolando-se dos restantes, e essa separação pode
conduzir a um desequilíbrio maior em qualquer estrutura.
Nossos princípios sempre foram Liberdade, Igualdade, Fraternidade,
ligados ao Grande Arquiteto do Universo (ou Princípio Único, o Criador) que nos
impulsiona e nos mantém homens livres e de bons costumes, irmanados no bem
universal.
Deixamos aqui para reflexão um texto que pode auxiliar nosso caminho na
Ordem:
“Vossas
conquistas passadas nada representam diante do futuro que vos espera. De que
valem as pedras que pavimentam o caminho que deixastes para
trás? Servirão, sim, para os que vos seguem, e também
por isso é importante avançar. Como o espírito constrói sua senda no invisível,
o caminhante dá seus passos sobre o vazio. O inédito não pode ser percebido até
que chegue o momento da sua manifestação.”
José
Trigueirinho Netto
O que vindes aqui fazer?
Ir.’. José Eduardo Stamato – MI
ARLS Horus nº 3811 – REAA
Santo André – SP
Jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil – São Paulo, Brasil