JURA EM PROSA E VERSO
MAÇONARIA
A VIDA -
REFLEXÃO MAÇÔNICA
A vida é uma tragédia representada cada noite no teatro do tempo,
com cânticos e lamentos, e finalmente, a eternidade guarda-a como uma jóia.
A vida é um depósito em poder do homem... que deve ser devolvido.
Quando, como e onde?... Nunca o saberemos.
O homem é como um arbusto: nasce, cresce, floresce, frutifica,
envelhece e depois se decompõe. Porém, o arbusto pode secar e ser ainda
utilizado numa obra qualquer, ao passo que o corpo do homem, uma vez que a vida
o abandona, é um material inútil, que só poderá ser novamente aproveitado depois
de destruído.
A vida é uma flor que o Sol vivifica com seu calor, mas esse calor
também a murcha. É uma palavra escrita pelas Leis siderais, que podem igualmente
apagá-la, quando lhe apraz. É uma pérola arrojada às nossas praias pelo fluxo da
maré, mas o refluxo no-la arrebata prontamente. É uma colina que devemos
escalar: o trecho já percorrido se oculta na névoa dos suspiros e das
recordações, e o que nos resta a galgar, o contemplamos através de sonhos e
ilusões.
Quando a dor fixa residência em nosso coração; quando as lágrimas
umedecem nossas pálpebras; quando os pesares oprimem nossa alma, maldizemos a
vida, como chora uma criança faminta, sem compadecer-se da miséria de sua mãe.
Mas quando o coração, repleto de alegria, parece querer saltar do
nosso peito, quando tudo o que sonhamos se realiza, agora sim, abençoamos a
vida.
E quando o coração permanece vazio, sem alegrias nem dores, quando o
sentimos como um campo estéril, onde não frutificou semente alguma, então
pensamos seriamente na vida.
Todo homem passa por essas três etapas: a Maldição, a Bênção e a
Reflexão sobre a existência.
Extraído do Livro: “ADONAI”
Adaptação do Irm. Daniel Ribeiro da Silva