A MARCHA DO APRENDIZ
Irm.: Robson Rodrigues da Silva
Inicialmente deve ser
esclarecido o significado de marcha. Marcha é o ato ou efeito de marchar,
caminhar.
Na maçonaria uma
marcha específica é usada para cada grau e cada Rito Maçônico possui igualmente
a sua marcha específica. Portanto, a marcha varia em alguns casos de acordo com
o Rito.
Os Maçons executam a
marcha, pois esta representa a forma de caminhar em Loja em busca da Luz do
conhecimento. No caso do Aprendiz este só sabe dar três passos em busca dessa
Luz.
A origem desses três
passos, ou seja, o porquê dos mesmos, nunca foi
explicado, nem há qualquer registro na história. Alguns escritores maçônicos
[1] especulam, acreditando que os três passos se devem ao fato do lugar onde
eram feitas as cerimônias maçônicas (as Tabernas) ser muito pequeno.[2]
Outra especulação
também é feita em relação ao número três dos passos. O que se pode dizer é que
este número não é exclusivo da Maçonaria. A Maçonaria o adotou para o Grau de
Aprendiz, pois este número é considerado sagrado ou mágico e sempre foi usado
por quase todos os povos da antiguidade.
A marcha do aprendiz é
feita em linha reta, pois, simbolicamente, se sair do caminho reto não saberá a
ele retornar. Ela tem início quando o Obreiro ingressa no Templo e, no Rito
Escocês Antigo e Aceito, ela é rompida com o pé esquerdo, o mesmo ocorrendo em
relação aos Ritos Brasileiro e Schröeder. Nos Ritos Adonhiramita e Moderno os passos são rompidos com o pé
direito. A cada passo dado, é formada uma esquad\,
com a junção dos calc\, e sempre à ordem. Esta é a
única exceção em que o Obreiro ao caminhar, o faz estando à ordem. Em outras
oportunidades o Obreiro caminha normalmente pelo Templo sem estar à ordem.
Também muita tinta foi
gasta para tentar justificar a forma correta de romper a marcha, ou seja, se
com o pé esquerdo ou o direito. Uns alegando que deveria ser com o pé esquerdo,
pois este é o lado do coração, da emoção; outros, com o pé direito, pois era o
lado da razão. A cada passo dado com o sentimento da emoção, juntava-se outro,
com a razão. Assim, emoção e razão estariam sempre em equilíbrio. No entanto,
tudo isso é apenas especulação, sem nenhuma justificativa histórica.
Originariamente, nas Lojas inglesas, os passos eram rompidos com o pé direito.
Mas como essa forma de executar a marcha foi revelada por um Irmão indigno
chamado Samuel Prichard, que publicou um livreto
revelando alguns segredos da Maçonaria, a Grande Loja de Londres resolveu
mudar, para impedir o ingresso de profanos nas reuniões maçônicas. Os Ritos Moderno
e Adonhiramita, de origem francesa, preferiram
continuar segundo a origem inglesa.
Bibliografia:
Castellani, José. Dicionário Etimológico Maçônico,
Editora a Trolha, Londrina, 1988.
Ritual do Grau de Aprendiz do Rito Escocês
Antigo e Aceito, edições do GOB.
SILVA, Robson Rodrigues da. Pompas Fúnebres e
Outros Estudos Maçônicos. Editora A Trolha, Londrina, 2009.
XICO TROLHA. Ponte para a Liberdade. Editora A
Trolha, Londrina, 2004.