A Maçonaria Brasileira e o grande desafio da modernização
Irm. Newton de Alcantara Filho
Co-proprietário
da Loja Jesus Christo Nº 1718
Afirmar que a Maçonaria está caminhando para a sua extinção seria uma total
demonstração de falta de conhecimento da sua história e, além disso, uma
demonstração cabal de ignorância sobre a sua grande capacidade de sobrepujar
todas as formas de agressões, reações e desgastes de quaisquer natureza. Porém,
afirmar que a Maçonaria Brasileira carece de modernização, salvo melhor juízo,
no nosso entendimento parece incontestável.
Após
vinte e oito anos nas lides maçônicas, mediante trabalhos e pesquisas,
percebemos que os avanços foram pouco significativos. Hoje estamos pagando pela
falta de uma política de planejamento no passado, pois as Lojas Simbólicas e as
suas respectivas potências foram administradas, de uma maneira geral, de forma
empírica, por achismo e com predominância da valorização de uma conduta focada
na política interna em detrimento dos critérios técnicos, valorizando-se mais as
pompas e circunstâncias inerentes às Sessões Magnas do que as atividades nas
Lojas Simbólicas, que são imprescindíveis na formação e aperfeiçoamento dos
Irmãos.
Muitas Lojas foram fundadas nos últimos vinte anos sem que houvesse
anteriormente um estudo prévio para levantamento das viabilidades, predominando
os interesses e desejos pessoais de determinados Irmãos, com a aquiescência dos
diversos poderes maçônicos.
O Plano Estratégico elaborado no Poder Executivo do Grande Oriente do Estado
do Rio de Janeiro, em 1999, de nossa autoria, além de se apresentar como um
diagnóstico, apresentando as nossas dificuldades e possibilidades, tanto nos
cenários interno e externo da Maçonaria no nosso estado, apresentava propostas
para melhorias e modernizações nas nossas Lojas e Potência.
Nas organizações eminentemente democráticas, como as que compõem o universo
do simbolismo maçônico, se tivermos lideranças institucionais sem interesses que
não sejam pessoais, políticos e financeiros, torna-se uma possibilidade muito
remota a orientação, implementação e manutenção de uma cultura voltada somente
para o interesse da coletividade e, consequentemente com resultados concretos
para a prosperidade, modernização e fortalecimento das Lojas, com crescimento
mensurável e não com crescimento fictício, escritural e não qualitativo.
Pesquisem nas secretarias de suas lojas e verifiquem qual foi o crescimento
real que as suas lojas tiveram nos últimos dez anos. Conversem com outros Irmãos
de lojas co-irmãs e verifiquem se as suas lojas estão muito diferentes da sua.
Não se acomodem, não aceitem viver do passado ou de retóricas repetitivas em
sessões ordinárias ou magnas.
Eu já fui muitas vezes rotulado de perfeccionista e idealista. Certamente se
você buscar trabalhar para ter uma loja ideal, conforme está previsto na
legislação maçônica, você também sofrerá perseguições e resistências. E daí!
Deixo para o Irmão a seguinte pergunta: Será que nós não merecemos uma Maçonaria
muito melhor?