AMOR - AMOR - AMOR - AMOR
Autoria desconhecida
Para curar uma dor de amor, digam o que quiser, só
conheço um remédio: um amor novinho em folha. Enquanto nosso coração não
encontrar outro pretendente, ficaremos cultivando o velho amor, alimentando-o
diariamente, sofrendo por ele e, no fundo, bem no fundinho, felizes por ter
para quem dedicar nossa insônia. A gente só enterra mesmo o defunto quando
outra pessoa surge para ocupar o posto.
Se isso lhe parece uma teoria simplista, toque aqui. É simplista sim. Isso de
enterrar o defunto do dia pra noite só funciona quando o defunto era apenas uma
paixonite, um entusiasmo, fogo de palha. Porém, se era algo realmente profundo,
um sentimento maduro, aí o efeito do novo amor pode revelar-se um belo tiro
pela culatra. Ele acabará servindo apenas para dar a você a total certeza de
que aquele amor anterior era realmente um bem durável. E a dor voltará
redobrada.
Um novo amor pode transformar o que era opaco em transparência: você não sabia
exatamente o que sentia pelo ex, se era amor ou não,
então surge outra pessoa e você descobre que sim, era amor, caso contrário não
sentiria esse abandono, essa perturbação, essa forte impressão de que está
fazendo uma tentativa inútil, de que não conseguirá ir adiante.
Mas o que fazer? Encarar uma vida monástica, celibatária? Nada disso. Viva as
tentativas inúteis! Uma, duas, três, até que alguma delas consiga superar de
vez a inquietação do passado, que venha realmente inaugurar uma nova fase em
sua agenda amorosa, que deixe você tranquilo em relação ao que viveu e ao que
deve viver daqui pra frente.